segunda-feira, 15 de junho de 2009

Abençoado por Deus

Primeiramente batizado como Pináculo do Pecado, o Morro do Corcovado faz parte da Floresta da Tijuca e da Serra da Carioca. A serra, além do Morro do Corcovado, compreende os seguintes morros: Dona Marta, Sumaré, Morro de Santa Teresa e Paula Matos. O Rio Carioca possui sua nascente no morro.
O Morro do Corcovado ficou famoso devido Dom Pedro II, que após ficar deslumbrado com um passeio feito por lá, deu o primeiro passo para a construção da estrada de ferro do corcovado. Em 1882, um decreto Imperial concedeu aos engenheiros Francisco Pereira Passos e João Teixeira Soares a concessão para a construção da ferrovia. A abertura da estrada ao público só ocorreu em 1885, sendo a primeira ferrovia turística da America Latina, iniciando-se no nível do mar na estação denominada Cosme Velho e atingindo o Alto do Corcovado, após passar pelas estações Silvestre e Paineiras.
Em 1931, ocorreu a inauguração da estátua do Cristo Redentor no alto do morro do Corcovado, mais precisamente em um platô conhecido como Chapéu do Sol. A estátua possui 38 metros de altura e foi criada pelo francês Paul Landoviski e construída por Heitor da Silva Costa.
Hoje em dia o monumento faz parte das Sete Maravilhas do Mundo Moderno, e foi eleito por uma votação online, disputando com vários outros monumentos ao redor do mundo.

sábado, 13 de junho de 2009

Era nas águas, que a Rainha se cuidava

Um dos pontos importantes no percurso do Rio Carioca, é a Bica da Rainha. Foi construída no início do século XIX pela Rainha de Portugal D. Carlota Joaquina, que ia à Bica para tratar de seu problema de pele já que às suas águas férreas eram atribuídas virtudes terapêuticas. Estava sempre em companhia de D. Maria, A Louca, e suas damas, surgindo daí a expressão "Maria vai com as outras", uma vez que as damas as acompanhavam por onde fossem.

O lugar hoje é cercado e, apesar de suas águas terem secado, ainda mantém as características da época em que os nobres a utilizavam. O principal responsável por sua manutenção é o projeto "Adoção de Áreas Verdes", criado em 1998 pela extinta Fundação Parques e jardins e pelo Centro Educacional Miraflores, que visa preservar nosso patrimônio verde. Com ele empresas e outras instituições com parceria adotam determinada área e se responsabilizam pela manutenção e conservação dela.

Quem quiser conferir, basta ir a rua Cosme Velho - 381, próximo à Igreja de São Judas Tadeu, na calçada oposta.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

E no largo passa o rio

Como já foi citado aqui no blog, o único lugar onde o Rio Carioca ainda corre a céu aberto é no Largo do Boticário, no Cosme Velho. O beco possui esse nome por ter sido habitado pelo boticário da família real, Joaquim Luís da Silva Souto, que escolheu o lugar para instalar uma das primeiras farmácias do Brasil. Joaquim ficou conhecido por preparar xaropes seguindo alguns ensinamentos indígenas e, como é até hoje, sua casa tinha como quintal uma vasta floresta, onde era possível coletar ervas para os preparos.

Hoje o beco ainda possui bonitas casas, que tiveram suas fachadas originais modificadas para o estilo neocolonial. Mesmo assim, o lugar pode ser considerado uma ponte para o passado, com destaque para o piso da rua, todo feito no estilo “pé-de-moleque”.

Tivemos a oportunidade de entrar no casarão central do largo, que foi residência dos jornalistas Paulo Bittencourt e, sua esposa, Sylvia Bittencourt. Na casa encontramos um banco e uma fonte do feita de ladrilhos portugueses datados pelo atual morador como sendo do XIX, assim como um portal que dá acesso direto a mata atlântica.

Há algum tempo o lugar foi invadido por famílias, apoiadas pelo Movimento Terra, trabalho e liberdade (MTL), mostrando mais uma vez o descuido do poder público com a história da cidade.

Em breve teremos aqui no blog uma série contando a história de personagens importantes, como o boticário real e o casal de jornalistas.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

O nome do povo está no rio

Sabe-se que foram os índios Tamoios, que habitavam a região, que batizaram o rio, porém existe uma divergência de como o nome foi dado a ele. A explicação mais presente nos livros é de que Carioca significa, em tupi, Casa do Homem Branco (onde Cari é Homem Branco e Oca é casa), mas esta não explica porque quem nasce na cidade recebe esse nome.
Em um mapa desenhado pelo português Luiz Teixeira em 1573, um dos primeiros representando a Baía de Guanabara, o rio aparece com o nome de Acarioca (como indica a seta vermelha), dando espaço para outra explicação, onde ACarioca, seguindo o mesmo método de tradução anterior, significa Casa do Acari. Acari é um peixe e eu ainda tenho que constatar se realmente o peixe se fazia presente no rio a ponto de lhe dar nome. Isso poderia explicar o fato do nome do rio ser dado a quem nasce na cidade, já que os índios chamavam os portugueses de Carioca, podendo fazer uma comparação entre o casco duro do peixe com as roupas grossas utilizadas pelos colonos. A diferença entre Carioca e Acarioca não anula a hipótese, pois o peixe também é conhecido como Cari ou Uacari.
Voltaremos a falar sobre esse assunto depois de mais algumas pesquisas.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Rio Carioca: O começo de tudo

Para iniciar nossas buscas vamos seguir o rumo de um dos rios que de tão importante dá nome aos que nascem na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. O Rio Carioca é um marco na história da cidade, pois foi o responsável pelo abastecimento da mesma durante muitos anos.
Por ser um rio muito presente na vida de índios e colonos alguns mitos se formaram como o de que suas águas deixavam as mulheres mais formosas e os homens mais viris.
Um dos braços do rio, que passava por Santa Tereza, chegava até uma fonte localizada na região que hoje é conhecida como Largo da Carioca pelo aqueduto carioca, do qual os Arcos da Lapa faziam parte.
Também era conhecido como Rio das Caboclas, já que era onde caboclas lavadeiras se postavam às suas margens para lavar as roupas dos patrões.
Hoje o rio, que nasce no topo da floresta da tijuca, corre em sua maior parte canalizado abaixo das ruas do Cosme Velho e Laranjeiras até encontrar a Baía de Guanabara em sua foz na praia do Flamengo. Um dos poucos lugares onde se é possível ver o rio passar a céu aberto é em um beco conhecido como Largo do Boticário, no Cosme Velho.